Talkenização #040: Qual a importância da Web 3.0 para a sua privacidade?
calendar_month 30/08/2022
Estamos vendo cada vez mais conversas sobre os impactos positivos que a Web 3.0 pode ter na sociedade, principalmente quando lidamos com a segurança, privacidade e a descentralização dos dados.
Flávia Jabur conversa com Edilson Osório, Fundador da OriginalMy e CTO da Convex Research sobre como a Web 3.0 chega para mudar a forma como nos relacionamos com a internet, revolucionando o que conhecemos atualmente.
Como funcionavam a Web 1.0 e a Web 2.0?
Podemos entender a Web 1.0 como “o começo de tudo”, em que os conteúdos eram estáticos e o consumidor assumia uma posição passiva, em que quase não produzia as informações e nem interagia com o conteúdo.
Por incrível que pareça, a Web 1.0 era mais descentralizada que a Web 2.0. Isso porque, na época, não existiam grandes empresas com servidores gigantescos para hospedar sites, armazenar dados das pessoas e mais. Por isso, era bastante comum serem criados por empresas e pessoas servidores próprios para colocarem seus sites no ar. Dessa forma, podemos dizer que, durante a Web 1.0, os dados estavam mais no controle das pessoas que durante a Web 2.0.
Com a Web 2.0, deu-se início a era da interatividade, em que o usuário não fica apenas na posição passiva, consumindo conteúdo sem interagir com ele. É nesse contexto que começam a surgir as primeiras redes sociais, como o Orkut, o Facebook e o Twitter, por exemplo. Os próprios MSN e o ICQ marcam o fim da Web 1.0.
Mas, ao mesmo tempo, vimos surgir a centralização dos dados, uma vez que as grandes empresas começaram a criar mega servidores em que elas pudessem armazenar e gerenciar bancos de dados das pessoas em apenas um mesmo lugar.
O lado negativo dessa centralização acaba sendo o fato de existir um nível de censura e controle de conteúdo, uma vez que os bancos de dados deixam de estar em suas mãos, em servidores próprios, e passam a estar nesses grandes servidores. E são os donos deles que ditam o que pode e o que não pode ser publicado, anunciado, veiculado e etc.
Outro crescimento que vimos com o surgimento da centralização de dados na Web 2.0 foi a facilidade maior para vazamento de dados e ataques de hackers acontecerem, uma vez que tudo está em um único lugar, como nome, documentos, endereços, dados de pagamento e mais e esses dados são vendidos para sabe-se lá quem para que possam usá-los de acordo com os próprios interesses.
Um exemplo clássico é aquele momento em que você quer comprar algo, pesquisa sobre o produto e, nas horas seguintes, começa a ser bombardeado de anúncios e posts patrocinados sobre o produto ou algo semelhante.
Como a Web 3.0 muda esse cenário?
Podemos pensar a Web 3.0 como um passo adiante na evolução da internet, junto ao metaverso, com alcance mundial, mas possuindo um ecossistema descentralizado e alimentado por Blockchains. Isso significa que os usuários poderiam interagir e produzir seu conteúdo sem se preocupar com os seus dados nas mãos das grandes empresas ou com a censura do conteúdo produzido.
Pensando de maneira mais simples, desde o mecanismo de pesquisa até redes sociais, marketplaces e outros seriam construídos em uma Blockchain, sendo facilitados pelo uso das criptomoedas e, assim, permitindo novas formas de desenvolver conteúdos não censuráveis, além de formas de pagamento mais inclusivas. As criptomoedas associadas à Web 3.0 são conhecidas como tokens ou criptomoedas da Web 3.0.
O grande diferencial da Web 3.0 em relação às anteriores é que o seu objetivo é dar aos usuários mais poder e controle sobre o conteúdo digital produzido com o auxílio de uma infraestrutura descentralizada e sem a necessidade de transações e permissões de uma só autoridade central, como as grandes empresas. Além disso, ao trazerem dados e conteúdos que gerassem algum valor para a comunidade online, os criadores de conteúdo poderiam ser recompensados financeiramente.
Apesar de parecer algo promissor para os usuários, acreditamos que a era da Web 3.0 ainda caminha a passos lentos e só atingirá seu potencial quando a maioria dos apps e sites presentes na Web 2.0 adotarem uma infraestrutura descentralizada.
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