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Talkenização #022: O que muda com a versão 2.0 do Ethereum?

calendar_month 26/04/2022

Se você está dando os primeiros passos no mercado cripto, já deve ter ouvido falar no termo Ethereum, mas sabia que existe uma versão 2.0 dele?

Solange Gueiros (referência no mercado cripto, desenvolvedora e professora de Blockchain) é a convidada de Flávia Jabur neste episódio do Talkenização para explicar o que é o Ethereum e quais são as mudanças presentes no Ethereum 2.0!

O que é e como surgiu o Ethereum?

Para entender o que é o Ethereum, precisamos lembrar o que é o Bitcoin. Esta criptomoeda tem como objetivo principal a troca de valores de maneira descentralizada e sem intermediários. Mas, quando falamos do Ethereum, falamos da possibilidade de execução de programas de computador na Blockchain.

Primeiramente, estamos falando que podemos gravar um programa de computador dentro da Blockchain e que ele seria imutável, sem a possibilidade de serem alteradas as regras dele – que seriam o Smart Contract em si. Em segundo lugar, a própria execução e tudo o que iria acontecer com esse Smart Contract ficariam registradas na Blockchain.

Vitalik Buterin, que, na época, era um ativo contribuidor da Blockchain do Bitcoin, tinha essa visão da execução de programas de computador na cadeia de blocos da criptomoeda e que ela fosse alterada o suficiente para isso.

Entretanto, quando falamos de Blockchain, existe o consenso entre todas as partes para que uma decisão assim fosse tomada, o que não aconteceu. Vitalik, então, criou a sua própria Blockchain. E foi assim que nasceu o Ethereum.

Podemos falar que elas são as duas grandes Blockchains que estão no topo: a do Bitcoin – como reserva de valor – e a do Ethereum – como a solução para programas e aplicações descentralizadas que não necessitem de intermediários em qualquer parte do mundo.

Resumindo: o Ethereum seria a plataforma para a execução Smart Contracts – os programas de computador citados acima – na Blockchain.

O que são os Smart Contracts?

Podemos pensar nos Smart Contracts (ou contratos inteligentes) como códigos de programação, que possuem exatamente a mesma função de um documento tradicional. Dessa forma, eles estabelecem as obrigações, benefícios e as penalidades, caso as regras estabelecidas sejam descumpridas por uma das partes.  

Uma característica importante dos contratos inteligentes é que eles são pré-programados. Isso quer dizer que as cláusulas de um Smart Contract entram em vigor de forma segura e sem a necessidade de envolver um intermediário (como bancos, tribunais, entre outros).

A ideia básica dos contratos inteligentes é de incorporar alguns tipos de cláusulas contratuais ao hardware e software de computadores para que sejam cumpridas automaticamente a partir de gatilhos pré-determinados. Todas as cláusulas de um contrato inteligente são programadas dentro da Blockchain. E é esse sistema que garante a validação das regras.

Parece complexo, mas na verdade não é. Por exemplo, as máquinas automáticas de refrigerantes. Mediante a entrega de uma moeda ela lhe entrega a propriedade de um bem, no caso o refrigerante. Ou seja, mediante uma regra pré estabelecida e sendo cumprida, uma outra ação será iniciada e assim sucessivamente até que se finalize o acordo.

Uma vez que ambas as partes envolvidas fecham o acordo por meio de um clique, todas as exigências da negociação tornam-se automaticamente válidas e não podem ser alteradas. Essa é uma informação muito importante sobre o Smart Contract: o fato de ser imutável. Não existe qualquer possibilidade de ele ser modificado, o que é essencial para evitar que haja risco de fraudes e alterações nas negociações.

Qual a diferença entre o Ethereum e o Ethereum 2.0?

Atualmente chamado de Consensus Layer (Camada de Consenso), o Ethereum 2.0 é composto por várias camadas – ou estruturas. A primeira camada, a Beacon Chain, foi lançada em 1º de dezembro de 2020, sendo a rede principal. Pense nela como uma estrada mais larga, que funcionaria como “principal”, ligando outras estradas menores ao longo do caminho.

O Ethereum 2.0 possui um conceito de shards, em que várias Blockchains poderiam se conectar à Beacon Chain, permitindo uma maior escalabilidade e a comunicação entre todas elas. O Ethereum atual (ou o 1.0, para fins de diferenciação) seria um desses shards ligados à “estrada principal”.

Tenha em mente que, atualmente, ainda estão sendo feitos testes para que o Ethereum 2.0 esteja 100% funcionando perfeitamente e que requer tempo para que a migração do 1.0 para a Consensus Layer seja toda feita, devido à grande responsabilidade e consciência que os desenvolvedores possuem com eventuais erros e falhas que possam acontecer.

Se interessou? Você pode ficar por dentro de todos os episódios lançados na página oficial do Talkenização!

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