Securitização 3.0: como a tokenização pode transformar o mercado de capitais brasileiro

calendar_month 10/09/2025

A securitização sempre foi um instrumento essencial para o mercado de capitais, permitindo que empresas transformassem ativos pouco líquidos em títulos negociáveis

Mas esse processo, tradicionalmente burocrático e caro, está passando por uma revolução. A tokenização, apoiada na tecnologia blockchain, vem trazendo novas possibilidades de acesso, eficiência e governança para investidores e emissores.

No Token Summit Brasil, o painel “Securitização 3.0” reuniu especialistas que analisaram os avanços regulatórios, o papel da tecnologia e as perspectivas para esse novo modelo. 

O debate mostrou como o Brasil pode se posicionar na vanguarda global, desde que consiga alinhar inovação, regulação e maturidade de mercado. 

O painel Securitização 3.0 contou com a participação de Marina Copola (CVM), João Accioly (CVM), Erik Oioli, Thiago de Gusmão (Oliveira Trust) e Bernardo Srur. 

Se você perdeu, confira o Painel I na íntegra no nosso canal do YouTube! 

Qual o estágio atual da regulação? De onde viemos e para onde vamos

A base do movimento atual é a Resolução 88 da CVM, que nasceu para regular o crowdfunding e acabou se tornando o “chassi” das primeiras ofertas tokenizadas. 

Essa adaptação permitiu que o setor crescesse, mas hoje mostra limites claros: volumes pequenos, regras informacionais engessadas e dificuldades para criar liquidez real.

A expectativa é que a reforma da Resolução 88, prevista para os próximos meses, traga mudanças relevantes: aumento dos limites de captação, flexibilização de canais de distribuição, aprimoramento da transparência informacional e incentivos ao mercado secundário. 

Paralelamente, a revisão da Resolução 135, que trata das negociações em ambientes organizados, pode abrir espaço para uma infraestrutura mais moderna e favorável à liquidez.

Essa postura regulatória, pautada pelo diálogo com o mercado e pela cautela em não sufocar a inovação, tem sido vista como um diferencial brasileiro em relação a outros países que optaram por travar ou ignorar a tokenização.

Qual é o papel dos intermediários na era digital?

Um dos pontos mais debatidos foi o futuro dos intermediários. Figuras como agentes fiduciários, escrituradores e depositários foram fundamentais para garantir confiança em um mercado sujeito a assimetrias de informação.

Com a chegada da blockchain e dos smart contracts, surgem hipóteses de reconfiguração dessas funções. 

A tecnologia reduz custos de transação, automatiza regras de liquidação e aumenta a transparência, mas nem todos os papéis podem simplesmente desaparecer. Em muitos casos, haverá uma ressignificação, em que funções serão integradas, otimizadas ou exercidas de forma mais tecnológica.

O caminho provável não é a substituição total, mas uma transformação guiada pela eficiência e pela competição. A pressão por custos mais baixos e governança mais clara deve impulsionar um novo equilíbrio entre tecnologia e intermediação.

Liquidez e o interesse dos institucionais

Se antes a tokenização era associada apenas a startups e captações menores, hoje atrai o olhar de investidores institucionais, que enxergam nela um caminho para estruturar operações maiores com mais governança e agilidade.

O grande gargalo, porém, continua sendo a liquidez. Sem um mercado secundário eficiente, os tokens tendem a perder atratividade, limitando seu alcance. 

Por isso, as reformas regulatórias são vistas como fundamentais para criar mecanismos que fomentem a negociação, permitindo que os ativos circulem de forma mais natural no mercado.

Esse movimento é estratégico: a criação de um ecossistema com governança robusta, liquidez e acesso democrático pode não apenas atrair o investidor institucional, mas também abrir portas para que pessoas físicas tenham acesso a produtos antes restritos a grandes players.

Um futuro em construção

A discussão mostrou que o Brasil vive um momento decisivo. 

A combinação de regulação aberta ao diálogo, avanços tecnológicos e interesse crescente de investidores cria um cenário propício para que a Securitização 3.0 se consolide.

Mais do que reduzir custos e acelerar processos, a tokenização pode mudar a lógica de acesso ao mercado de capitais, trazendo democratização, eficiência e transparência

Para que isso aconteça, será necessário amadurecer culturalmente, adaptar estruturas tradicionais e compreender que a blockchain não elimina a necessidade de governança, mas amplia as formas de exercê-la.

Se esse potencial for bem aproveitado, o Brasil pode se tornar referência mundial em tokenização, inaugurando uma nova etapa para seu mercado de capitais.

A tokenização aplicada à securitização não é apenas uma tendência, mas uma evolução inevitável. Com regulação em adaptação, tecnologia cada vez mais acessível e um mercado disposto a inovar, o país tem condições de transformar essa agenda em vantagem competitiva.

Mais do que falar em disrupção, trata-se de pensar em evolução. A Securitização 3.0 é um marco que une tradição e inovação, mostrando como o mercado pode se modernizar sem perder suas bases de confiança e governança.

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