Composabilidade: o que é e por que esse conceito está transformando o mercado financeiro

calendar_month 20/10/2025

No universo da inovação financeira, um termo tem ganhado destaque por representar a nova lógica de integração entre produtos, plataformas e ativos digitais: composabilidade

Esse conceito, que nasceu no ambiente da tecnologia e se consolidou no ecossistema da blockchain, descreve a capacidade de diferentes sistemas e aplicações interagirem e se combinarem de forma livre, criando novas soluções a partir de elementos já existentes.

No mercado financeiro, entender o que é composabilidade e como ela se aplica é essencial tanto para empresários que buscam formas mais eficientes de captar recursos, quanto para investidores interessados em novas oportunidades de rentabilidade em um cenário de digitalização crescente. 

Neste artigo, vamos explorar em profundidade o conceito, seus impactos práticos e as oportunidades que ele abre para negócios e investimentos.

O que é composabilidade

De forma simples, composabilidade é a capacidade de diferentes sistemas funcionarem juntos, compartilhando informações e executando operações de forma integrada e automatizada. 

No contexto da blockchain e das finanças descentralizadas (DeFi), esse conceito significa que protocolos, contratos inteligentes e aplicações podem se conectar sem fricção, permitindo que um produto use a infraestrutura ou os dados de outro para criar algo novo.

Por exemplo, um protocolo de empréstimos pode ser conectado a outro de emissão de stablecoins, permitindo que o usuário tome crédito automaticamente em uma moeda estável, sem sair do ambiente digital. 

Isso é possível porque os componentes são modulares e interconectáveis, o que amplia a eficiência e reduz custos operacionais.

Em sistemas financeiros tradicionais, a integração entre bancos, fintechs e sistemas de pagamento costuma depender de APIs complexas e processos manuais. 

A composabilidade propõe uma mudança de paradigma, substituindo a integração centralizada por um ecossistema aberto, no qual cada aplicação é uma peça de um grande sistema financeiro digital.

Composabilidade e blockchain: uma combinação poderosa

A blockchain é o alicerce da composabilidade moderna. Como todos os dados e contratos estão registrados em uma infraestrutura pública, transparente e segura, é possível combinar diferentes funcionalidades sem depender de intermediários.

Cada smart contract pode ser visto como um bloco funcional que interage com outros, permitindo criar novos produtos financeiros com menos barreiras técnicas e jurídicas. 

Essa característica explica por que a composabilidade é frequentemente chamada de “o Lego da blockchain”: cada protocolo é uma peça que pode se encaixar em outra, formando estruturas complexas com base em componentes simples.

Protocolos como o Aave, o Uniswap e o MakerDAO são exemplos clássicos desse conceito. Eles interagem entre si para criar ecossistemas interdependentes, em que um ativo pode ser usado simultaneamente como colateral, meio de pagamento e instrumento de governança.

No contexto da tokenização de ativos reais (RWAs), a composabilidade também tem um papel central. 

Ela permite, por exemplo, que um token de investimento em direitos creditórios (TIDC) possa ser utilizado como garantia em uma operação, transferido em uma negociação secundária e liquidado de forma automatizada — tudo dentro de uma mesma infraestrutura digital.

Por que a composabilidade é importante para empresas

Para empresários e emissores de ativos, a composabilidade representa uma oportunidade de reduzir custos e aumentar a eficiência de captação.

Ao adotar soluções baseadas em blockchain, uma empresa pode conectar sistemas de tokenização, registro, custódia e liquidação em um mesmo ambiente digital, eliminando redundâncias operacionais. 

Isso significa menos intermediários, menos burocracia e maior transparência para investidores.

Além disso, a composabilidade permite que diferentes instrumentos financeiros se interliguem, como tokens de dívida, recebíveis e garantias. 

Assim, uma mesma operação pode gerar novas fontes de liquidez sem depender de instituições tradicionais.

Um exemplo prático é a criação de um ecossistema financeiro interno, no qual os tokens emitidos por uma empresa podem ser usados como colateral para novas emissões ou vendidos em um mercado secundário digital, conectando captação e investimento de forma contínua.

Para o empreendedor, isso representa agilidade e flexibilidade — características fundamentais em um mercado cada vez mais competitivo e orientado por tecnologia.

O impacto da composabilidade para investidores

Do ponto de vista do investidor, a composabilidade amplia as possibilidades de diversificação e rentabilidade.

Com ativos tokenizados e interoperáveis, é possível criar estratégias automatizadas de investimento, como alocações dinâmicas, reinvestimentos instantâneos e operações que combinam diferentes tipos de risco e retorno.

Além disso, a composabilidade traz transparência e segurança, já que todas as interações entre protocolos e ativos são registradas na blockchain, reduzindo riscos de fraude e inconsistências de dados.

Outro ponto relevante é o aumento da liquidez. Em um ambiente composável, o investidor pode utilizar um mesmo token em diversas aplicações financeiras: como garantia, fonte de rendimento ou meio de troca. 

Isso cria um ciclo contínuo de valor, no qual os ativos deixam de ser instrumentos estáticos e passam a atuar como peças dinâmicas de um portfólio integrado.

Na prática, a composabilidade oferece ao investidor autonomia e eficiência, permitindo construir estratégias personalizadas e baseadas em dados em tempo real — algo impensável em modelos financeiros convencionais.

Desafios e perspectivas para o futuro

Apesar das vantagens, a composabilidade ainda enfrenta desafios importantes.

O principal está na padronização tecnológica e regulatória. Para que diferentes protocolos e plataformas possam realmente operar em conjunto, é necessário que existam padrões de interoperabilidade reconhecidos, algo que ainda está em construção em escala global.

Outro desafio é a segurança. Quando múltiplos contratos e sistemas se conectam, vulnerabilidades em um componente podem afetar toda a estrutura. 

Por isso, auditorias constantes e governança técnica robusta são essenciais para garantir que a composabilidade não comprometa a integridade das operações.

Mesmo assim, a tendência é que a composabilidade se torne um dos pilares da próxima geração do mercado financeiro

À medida que a tokenização avança e que reguladores como o Banco Central do Brasil incentivam a digitalização de ativos, o modelo composável tende a se expandir para segmentos como crédito, câmbio, infraestrutura de pagamentos e investimento coletivo.

Empresas que compreenderem esse movimento e se posicionarem de forma estratégica poderão acessar capital com mais agilidade e oferecer produtos financeiros mais integrados, enquanto investidores terão acesso a portfólios cada vez mais inteligentes e diversificados.

Composabilidade: o elo da nova economia digital

A composabilidade não é apenas uma tendência tecnológica, mas uma mudança estrutural na forma como o dinheiro, os ativos e os contratos interagem.

Ela simboliza a transição de um sistema fragmentado e centralizado para um ecossistema interconectado, no qual cada participante contribui para o funcionamento do todo.

Para empresários, isso significa eficiência e novas formas de captação. Para investidores, representa acesso a um universo mais transparente, líquido e dinâmico.

Com a maturidade do mercado e o avanço das tecnologias de tokenização e blockchain, a composabilidade tende a se consolidar como a base de uma infraestrutura financeira mais aberta, integrada e inteligente.

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