O que é a IPO (Initial Public Offering ou Oferta Pública Inicial)?
calendar_month 26/08/2021
Se você está inserido no mercado financeiro, sabe que ele é repleto de termos e siglas que podem fazer uma verdadeira confusão na sua cabeça, não é mesmo? Por exemplo, você com certeza já deve ter visto a sigla IPO em algum momento. Mas sabe o que ela representa? É o que iremos responder neste artigo.
Boa leitura!
O que é e como funciona uma IPO?
Já falamos aqui no blog sobre a diferença entre ICO e STO e mencionamos a IPO nele. A sigla IPO significa Initial Public Offering ou, traduzindo, Oferta Pública Inicial.
Como o próprio nome diz, é quando uma empresa vende ações para o público pela primeira vez. Esse movimento também é conhecido como a abertura de capital da empresa, em que, pela primeira vez, os proprietários dela renunciam de parte da propriedade em prol de acionistas em geral.
Como fazer uma IPO?
Para que uma empresa possa fazer uma IPO, ela precisa cumprir diversas regulamentações e apresentar uma série de exigências relacionadas à emissão de relatórios financeiros auditados externamente, a aspectos fiscais, governança corporativa e muito mais!
Como você já deve imaginar, não dá para realizar uma IPO de uma hora para a outra. Para ter uma noção de tempo, o processo todo pode levar mais de um ano. As principais etapas são:
Planejamento e auditoria
Normalmente são as etapas mais demoradas de todo o processo, principalmente por conta da auditoria das finanças da empresa. A nossa legislação exige que a empresa apresente três anos de balanços auditados para que possa abrir o capital. Caso a sua empresa já tenha o costume de auditar os resultados, o processo da IPO pode se tornar bem mais fácil!
É nessa fase também que a companhia e seus assessores financeiros definem todas as características da operação, desde o volume dos recursos que serão captados até a forma como as ações ofertadas serão compostas, por exemplo.
Roadshow
Os roadshows também são conhecidos como as reuniões em que ocorrem as apresentações da empresa e da oferta para o mercado, realizadas por instituições financeiras assessoras da operação. Eles podem ocorrer tanto no país quanto no exterior.
Nos roadshows estão presentes, normalmente, analistas financeiros, corretoras e investidores em potencial. É o momento em que a empresa, através de seus principais executivos, precisa despertar o interesse dos grandes investidores em fazer parte do negócio.
O roadshow pode ser um momento bastante cansativo no processo de IPO, o que é algo bastante comum, porque ele pode demorar algumas semanas, com várias reuniões diárias.
Registro e listagem
Como dissemos, existem diversas etapas burocráticas para serem cumpridas ao realizar um IPO. A primeira delas é solicitar o registro de companhia aberta junto à CVM. Por se tratar de uma operação de captação de poupança popular, é preciso que a CVM acompanhe tudo.
Enquanto essa etapa ocorre, em paralelo, as empresas costumam solicitar uma autorização para que possam vender suas ações ao público. Ao mesmo tempo, a empresa também precisa solicitar a sua listagem na B3, a bolsa brasileira, uma vez que apenas quem está devidamente listado pode ter seus papéis negociados.
A empresa precisa se atentar ao segmento de listagem da B3 ela pretende integrar. Existem cinco níveis (Nível 1, Nível 2, Novo Mercado, Bovespa Mais e Bovespa Mais Nível 2) e cada um deles tem suas próprias exigências de governança corporativa.
Prospecto
Ele pode ser considerado o documento mais importante de uma IPO. É nele que estão todas as informações essenciais para que o investidor entenda mais sobre a companhia que está abrindo o capital. Por isso, pode conter centenas de páginas. E existe uma estrutura padrão que determina tanto o conteúdo presente quanto a forma de ser apresentado.
Estão contidas no prospecto dois tipos de informações: sobre a empresa e sobre a oferta. Em um prospecto, você pode encontrar, por exemplo, perspectivas e planos da companhia, dados sobre o status do mercado em que a empresa atua, riscos do negócio, o quadro administrativo e muito mais.
Período de reserva e bookbuilding
Normalmente os grandes investidores costumam demonstrar interesse em fazer parte da IPO nos roadshows. Mas, para investidores não institucionais, como, por exemplo, pessoas físicas, existe um período de reserva.
Esse período consiste em um prazo de alguns dias em que eles podem enviar seus pedidos e indicar a quantidade de ações que gostariam de adquirir. A reserva é feita através de corretoras de valores cadastradas para participar da IPO.
Já o bookbuilding é o mecanismo que considera a quantidade de ações que os investidores institucionais indicaram que querem adquirir, além do valor, e estabelece o preço a que os papéis serão efetivamente lançados. Com os dados certos, o bookbuilding consegue fixar um preço condizente com as expectativas gerais.
Em uma data estabelecida nos documentos da IPO, o valor é divulgado junto à quantidade de ações que os investidores institucionais vão, de fato, conseguir adquirir. Talvez seja necessário realizar um rateio, dependendo da demanda.
Dia D
O Dia D é o dia em que as ações da nova empresa começarão a ser negociadas de fato. É um momento de entusiasmo, principalmente entre os investidores, porque é no Dia D que eles poderão ter um indicativo de como o mercado recebeu a IPO. Em muitos casos, as cotações disparam, mas pode acontecer de elas caírem também.
Tipos de ofertas em uma IPO
As ofertas de ações em uma IPO podem ser classificadas como primária ou secundária, dependendo da origem dos papéis e do destino dado aos recursos levantados.
As ofertas primárias representam a venda de novas ações emitidas pelas companhias no mercado. O dinheiro arrecadado em uma oferta primária vai para o caixa das empresas, que aumentam seu capital social. Esse dinheiro normalmente é usado para a expansão dos negócios através de novos investimentos.
Já as ofertas secundárias representam a venda de ações que já existem. As empresas não realizam um aumento de capital e os papéis normalmente pertencem a sócios que, por diversos motivos, podem querer reduzir ou encerrar a sua participação no negócio. Ao invés de ir para o caixa da empresa, o dinheiro vai para esses sócios.
Quais as vantagens de uma STO sobre uma IPO?
STO é uma Oferta de Security Token ou Security Token Offering. Se você participar de uma STO, tem a possibilidade de possuir participação acionária na empresa. Em troca, você recebe uma quantidade definida de tokens.
A STO é bastante parecida com a IPO. A diferença é que as IPOs normalmente envolvem empresas privadas relativamente grandes que estão abrindo o capital (por exemplo, avaliações privadas de 1 bilhão de dólares). Já as STOs podem ser feitas em escalas menores muito mais facilmente.
Além disso, a STO permite que empresas tenham a oportunidade de obter tokens (que funcionam como ações) negociáveis em uma bolsa mais rapidamente. Em uma IPO, para uma empresa ir da fase inicial até o ponto em que possa lançá-la, pode levar muito mais tempo.
Uma startup que faz uma STO tem tokens que já podem ser negociados livremente. Por outro lado, uma start-up regular sem uma STO ou IPO tem ações que podem não ser tão fáceis de comprar e vender.
As STOs também trazem uma democratização dos investimentos, uma vez que investir em ações de capital privado pela bolsa de valores pode exigir muito dinheiro para participar. No caso de uma STO, investir em tokens é mais acessível, pois pode ter um limite muito mais baixo.
Esperamos que você tenha entendido o que é uma IPO e quais as diferenças entre ela e uma STO!
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